sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Por que aumentou o consumo de maquiagem importada pelas brasileiras?




Respostas de um telejornal (do final dos anos 90 e início dos 2000): o dólar em queda, maior poder aquisitivo das mulheres, matrimônio tardio e com menor número de filhos.


Por que continua aumentando dos anos 2000 para cá? Um site de venda de make up que não é nem um dos top 5, entregou em um ano, 10.000 pacotes para o Brasil. Por que existe uma reduzida mas incrivelmente abastada elite nesse país de flagelados? Creio que não porque ouso dizer que a classe média compra, não compra tudo, nem o tempo todo, mas (e olha aí a resposta da pergunta do título) a disseminação dos produtos importados em blogs nacionais e o sucesso desses blogs alavancou as vendas nos últimos três ou quatro anos. Cada grande blog de sucesso sobre maquiagem tem, em média, de 3 a 4 mil seguidores, evidentemente, acontece de uma pessoa ser seguidora de mais de um blog, mas isso não acontece com todas. Além disso, deve-se levar em conta também quem acessa rotineiramente sem se tornar um seguidor (meu caso). Acho que isso daria uma bom tema dentro dos estudos do Tempo Presente. Será que eu largo Gramsci e vou estudar isso? Ai, por que não? Faço um link e explico como a Urban Decay diminui seus gastos produzindo cada item em algum lugar do mundo. Mandar ir encher os vidrinhos de gloss na China é o mais comum. Eu vou continuar com a minha pesquisa do mestrado até o mestrado: Adóooooooooooro (que neam falam as meninas dos blogs) discutir teoria política mas depois daí a gente vê, né?


Fora os blogs nacionais, há os videos de make up no youtube que também dá uma força... para que tudo venha fazer parte da nossa wishlist, por que diz aí se você pode fazer uma sombra durar até 12 horas com ajuda do Eye primer potion porque sair de casa montada pra balada e voltar com cara esquisita e pele oleosa? Never more.....

Triste porque levou um pé na bunda?


Encontrei esse texto entre meus escritos. Faz parte do meu grande manual da vida. Não perdeu a atualidade, mas vou reescrevê-lo em parte para ficar melhor.


Você levou o fora, e se você responder "sim" a mais de três questões, então é razão de se desesperar:


(1) Ficar com ele te garantiria um corpo belo, bronzeado e sarado o resto dos seus dias?

(2) Ficar com ele te garantiria um emprego daqueles, um reconhecimento profissional e a admiração dos seus pares?

(3) Ficar com ele te garantiria a maquiagem completa da Urban Decay incluindo primer potion, sombras e lipgloss?

(4) Tornaria-se imortal? Por acaso, ele é o Lestat? Ou o cara do crepúsculo (que não sei o nome)?

(5) Teus filhos vão te amar, Deus vai te proteger e o cachorro vai ser mais teu amigo se ele te amar mais?

(6) Se vocês forem namorados, teu blog vai fazer sucesso?

(7) Estarás protegida das enfermidades, da inveja e da falta de uma roupinha nova numa ocasião especial?

(8) Nenhum dos seus dias será de tédio, todos os filmes e livros que chegarem até você agora te divertirão como nunca antes aconteceu?

(9) Perderás o encanto e a formosura, o andar sexy e o teu sorriso cativante se ele te deixar?

(10) Essa vale por duas, se ele for embora, você deixa de enxergar? Nunca mais ver um Delacroix, maquiagem bem feita, nada?

(11) Todos os dias, ao acordar, seu cabelo vai estar bom, com os fios no lugar, se vocês ficarem juntos para sempre?


O que você quer agora? Toda a diversão que possa ter? Uma barriga-tanque e umas roupas novas? Leveza e bem-estar? Filmes legais? Escrever seu primeiro livro? Sentir o amor das pessoas que querem dá-lo de bom grado a você (se o do carinha tá difícil, tente pai, mãe, crianças da família e cachorro, nunca falha)?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Simpósio de História Comparada


O Simpósio aconteceu há duas semanas e esse post está atrasado, mas o que vale é a intenção. Tantos trabalhos legais de historiadores novos que estão fazendo história comparada. Lendo os resumos, eu descobri histórias fantásticas.

Eis alguns:

De 1930 a 1936, durante os governos de Vargas no Brasil e Justo na Argentina, foram criadas Comissões para a revisão de textos escolares de geografia e história. O objetivo era evitar qualquer menção desonrosa aos dois países e aproxima-los culturalmente. Pode? Alguém já tinha imaginado isso?

Os ritos de casamento e de funeral na Atenas Clássica eram muito parecidos para as mulheres. Aquela sociedade acreditava que, com o casamento, as mulheres, selvagens por natureza, iam ser domesticadas, tendo sua personalidade anulada (alguém aí discorda ?), por isso, a representação simbólica da morte. No entanto, essa tentativa de submissão e anulação poderia ser apropriada por elas, transformando-se num meio de representação e valorização... Eu sei que é viagem total, mas quantas mulheres vocês conhecem que apagadas pela vida matrimonial fazem do status de "ser casada" ou "casada especialmente com quem" um privilégio.

Porque nada é tão legal quanto história comparada


As pessoas sempre me perguntam o que é história comparada. Basicamente, você pega duas ou mais histórias e compara. Pode ser de dois lugares diferentes, ou da mesma coisa em épocas diferentes. Os professores do PPGHC (Programa de Pós-Graduação em História Comparada) da UFRJ me matariam se lessem um negócio desse. Mas eu quero ser simples, estabelecer uma comunicação e que as pessoas fiquem satisfeitas com a resposta. Daí, eu dou um exemplo, por exemplo, você compara como eram ritos fúnebres na Grécia e na Roma antiga.... o pessoal faz: óoo ahhhh. Mais um para não restar dúvida: você compara as ditaduras militares do Brasil e Argentina - sorriso esboçado devido ao grande apelo midiático e contemporâneo sobre o tema. Aí, então, fecho com o grande barato da história comparada... por que história comparada? porque quando você sai da história nacional, você descobre outras explicações, por exemplo, eu posso achar as possíveis razões da ditadura brasileira, mas comparando eu descubro porque teve uma aqui e muitas outras na América Latina. Satisfeitos? mais ou menos...... mas, passemos a outras histórias...