segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Maya Angelou - Como eu só descobri agora?

Mulher Fenomenal
Belas mulheres querem saber onde guardo meus segredos
Eu não sou bonita nem fui feita para vestir um tamanho de modelo
Mas quando eu começo a lhes falar
Elas pensam que estou contando mentiras.
Eu digo
Está no alcance dos meus braços
A extensão dos meus quadris
A andadura dos meus passos
A curva dos meus lábios.
Eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Eu entro num lugar
Tão indiferente quanto você queira
E quanto aos homens
Os caras se levantam
Ou caem de joelhos
Depois eles enxameiam a minha volta
Como um enxame de abelhas.
Eu digo
É o fogo nos meus olhos
E o brilho dos meus dentes
O balanço da minha cintura
E a alegria nos meus pés.
Eu sou uma mulher
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Os próprios homens se perguntam
O que eles vêem em mim
Eles tentam tanto
Mas não podem tocar
Meu mistério interior.
Quando eu tento lhes mostrar
Eles dizem que ainda não conseguem ver.
Eu digo
Está na curva das minhas costas
O sol no meu sorriso
Na elevação dos meus seios
A graça do meu estilo.
Eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Agora você entende
Por que minha cabeça não se curvou
Eu não grito nem tento aparecer
Nem costumo falar alto
Quando você me vê passar
Isso deveria te deixar orgulhoso.
Eu digo
Está na batida dos meus saltos
A curvatura do meu cabelo
A palma da minha mão
A necessidade de me cuidar.
Por que eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.

More naked women


É uma do pintura do Gauguin. Chama-se Ondine. O que quer dizer uma mulher nua? Ela não tem roupas, nada. Não sabemos sua classe social. Qual o mundo dela? Ela pode ser rica ou pobre, uma artista ou prostituta. Por enquanto, ela é só uma mulher. Uma mulher na natureza. Não há nada mais sobre ela. Nós só vemos suas costas. Nós não conhecemos sua face e por conta disso ela não têm história para nós. Ela não tem o que a história traz em si: memória, ilusão, mágoa. É limpa. Ela pode ser qualquer uma. Todas as mulheres do passado (e ao mesmo tempo, nenhuma) estão dentro dela. Já se pode perdoar as mulheres do passado. Essa mulher, nessa situação, é o que todas mulheres deveriam ser (para o Gauguin): só uma fêmea, como as outras fêmeas de outras espécies, sua função é reprodução (e causar algum prazer também por supuesto).

A pose de Mariana


Na arte, toda mulher nua que parecer triste, pode ter a certeza: foi um homem que fez isso a ela.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ô Helena... mulher danada


Não estou falando da novela das 8, na verdade, só agora me ocorreu que o nome é o mesmo. Estava indo falar da Helena, rainha de Esparta, que fugiu para Tróia, para ficar com Páris, e deu início àquela guerra que tinha o cavalo e que o Brad Pitt interpretou Aquiles. Nesse semestre, numa matéria que estou fazendo no IUPERJ, o prof. (Renato Lessa) mandou todo mundo ler um texto intitulado Elogio de Helena escrito por um grego sofista Górgias. Naquela época, o exemplo de traição era a Helena, tipo, acho que xingar mulher era falar assim: Sua Helena! E a despeito disso tudo, o Górgias quis retratar a imagem de Helena na sociedade ateniense. Ele argumentou que Helena marchou a Tróia por uma dessas razões: Fortuna (deuses, destino) ou foi raptada ou foi persuadida, ou se enamorou. Em nenhuma dessas, não se pode censurá-la. Na época, adorei ouvir isso, toda mulher deveria ficar mais aliviada ao saber disso. Se o destino quis assim, que posso fazer? Se fui forçada, como lutar se não tenho forças? Se me apaixonei, quem manda na gente é o coração, é o amorroooooorrrr (Ela mexe comigo - Revelação) e, finalmente, ela foi persuadida e a força da persuasão é tremenda... As palavras insinuam que você terá felicidade e escapará da dor. Muito bom, muito bom mesmo. Dá pra baixar esse texto no site do domínio público http://www.dominiopublico.gov.br/

Nada de segredos intelectuais

Pois bem que no último semestre, fiz dez resenhas de livros (ou parte) clássicos das Relações Internacionais para valer a nota da disciplina oferecida pela minha orientadora da dissertação. Resolvi botar tudo no scribd porque nada melhor do que ler uma resenha antes de fazer a sua própria, né? Também fiz um upload da minha monografia e um artigo que escrevi sobre a Fortaleza de Santa Cruz, na época em que presos políticos de 64 estiveram trancafiados lá. Vou botar um link, e depois é só procurar por mais coisas desse usuário (vive_rio):
http://www.scribd.com/doc/19105934/Morgenthau-resenha

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Redes Sociais III

O prof. Luiz Molina da Universidade Autônoma de Barcelona UAB falou do seu trabalho com redes sociais e fluxos migratórios. Usando um software chamado Egonet (download gratuito) que ainda estou tentando ver como funciona, o prof. Luiz Molina conseguiu medir a intensidade dos relacionamentos das pessoas que entrevistava. Assim, ele viu que tal nacionalidade mantinha mais contatos com os espanhóis do que com seus compatriotas que viviam na Espanha ou que permaneceram no seu lugar de origem. Ou ele poderia descobrir o contrário e podia comparar comportamentos de diferentes nacionalidades e estabelecer uma tendência, por exemplo, os chineses mantém mais contato com seus familiares que estão espalhados pelo mundo do qualquer outro povo e, além disso, não se relacionam muito com pessoas de outra nacionalidade. Eu não lembro exatamente se era os chineses ou os tailandeses, mas é mais ou menos isso. Fique vidrada mesmo foi no Egonet, parece que tem um manual de como funciona na revista redes http://revista-redes.rediris.es/

As frases que ouvi

As citações explicam o mundo ou o funcionamento das coisas e não deixam espaço para dúvidas. Você lê e sente que há algo de antigo e verdadeiro lá, palavra escrita e sedimentada não se discute. Mas, quanto as citações que ouviu? As que não saem da minha cabeça:

O Batman diz para a mocinha: "No fundo, eu ainda sou aquele cara que você conheceu". E é essa parte que eu não esqueço: "Talvez até seja, mas isso não importa, porque o que define você são as suas atitudes". Não é lá muito original, mas sempre acho que mais mulheres deveriam estar dizendo isso e homens precisando ouvir... (ai, que medo de mim, tô vingativa hj kkkk)

A outra é muito boa também, ainda da temática homem e mulher. A Lady Heather do CSI Las Vegas diz pro Grissom o que ensinou a sua filha: "Você pode dar o seu corpo a um homem, pode até dar o seu coração, mas não pode dar o seu poder."

Agora, aquela que eu nunca esqueço, a que fala a camponesa de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha que mora em mim é: "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena" (Chaves)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Redes Sociais II

Um dos temas que mais me agradam é da onde vem a riqueza, por que os pobres são pobres, o que fazer para sanar tal situação. Eu já li e fui adepta de algumas coisas, desde Napoleon Hill até Marx. O Hill veio com meu pai, que fã dos cursos do Sebrae para microempresários, me pagava para ler tais livros e do Lair Ribeiro. Longe de mim reclamar, acho mesmo que foi uma boa. Enfim, para a ideologia capitalista, a gente sabe, por mais que existam as condições anteriores ao indivíduo de desigualdade, no limite, no limite, se ele está numa pior, a responsabilidade é toda dele. Mas, o que é bom nessa lógica é que você pode sanar isso. Você pode sair do nada e chegar no topo. Daí, exemplos não faltam...o Henry Ford, o Sílvio Santos. Naqueles livros do Napoleon Hill ou do "O segredo" nowadays, existe mesmo uma metafísica capitalista que faz gerar a riqueza, nada de luta-de-classes ou mais-valia. Alguns pontos essenciais eram: seja auto-disciplinado, organizado, principalmente, seja positivo e visualize-se na situação que deseja estar. Pois bem, que eu estava no seminário Redes Sociais e o prof. Jaime Jimenez da UNAM começou a falar de pesquisa participativa e dos lugares que ele trabalhou com isso. Eu não conhecia muito bem o assunto, mas a pesquisa participativa é mais ou menos assim: vc (ONG ou Estado) chega num lugar pobre, do campo ou da periferia, e faz as pessoas se reunirem para descobrir quais as necessidades delas, o que podem fazer pra melhorar e começar a agir. É claro que tem uma linha de evolução da metafísica capitalista aí, mas não é porque a gente conhece a origem de um conhecimento que ele vai deixar de funcionar. Entretanto, isso ainda não eliminou as minhas perguntas sobre riqueza e pobreza, mas dá para entender como vc acaba com uma situação de extrema penúria ou analfabetismo e coisas assim. Esse quadro abaixo é o modelo que o prof. Jaime Jimenez apresentou para chegar LÁ
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