quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Esse ano foi o ano da França na minha vida



Beauvoir - O castor

continua...



PS: É mesmo a Simone na foto e ela tinha 42 anos, pq sexy é ser inteligente.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Lembra quando o canalha do seu ex terminou com você?



Como é que foi? Ele, por acaso, assim que começou a sair com alguém, chamou você para uma conversa e disse a você calmamente o que se passava? Não, né? O que ele fez ao invés disso? Começou a sumir ou chegar tarde, te ligar menos, até que um dia, ele te irrita tanto, mais tanto com isso, que você é obrigada a perder a calma com o infeliz e gritando você diz: por acaso, você tem outra? É quando ele fica ele em silêncio, aí você não quer nem ouvir a resposta, mas o silêncio diz tudo... Aff, aí você fica se remoendo procurando achar onde é que errou, pensando: eu não deveria ter gritado, ter perguntado. Mas, creia, ele planejou isso, ele queria mesmo te deixar nervosa, que você perguntasse, porque assim ele vai ganhando tempo e se com a outra não der certo, ele pode voltar a se comportar direitinho ou então, ele diz que não foi ele que terminou com você, foi você que é uma megera, louca, viu como se descontrola?

Quem me abriu os olhos? A querida Simone, é claro:

"Eu me pergunto. . . Mas era demasiado evidente. Aquela porta batida, o copo de uísque, tudo era premeditado. Ele provocou minhas perguntas. E eu, pobre idiota, acreditei que ele me falava por lealdade. .. "

Já conheceu alguém assim? (além de mim, é claro)

"Ela encarna tudo o que nos desagrada: o arrivismo, o esnobismo, o gosto do dinheiro, a paixão de aparecer. Ela não tem nenhuma idéia própria, não possui sensibilidade, curva-se às modas. Há tanto impudor e exibicionismo em sua afetação que eu me pergunto, mesmo, se ela não é frígida."

Ótimo para você xingar alguém, né? Não é tão comum, não tem palavrões e é realmente repulsivo. Então, vamos decorar:
1) arrivismo.
2) esnobismo.
3) o gosto do dinheiro.
4) a paixão de aparecer.
5) não tem idéia própria.
6) não possui sensibilidade.
7) curva-se às modas.

Sabe aquele colega de trabalho puxa-saco? Então, tira o puxa-saco, e troca por um desses aí.

Simone de Beauvoir... em A mulher desiludida

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Se eu não puder dizer isso em outro lugar, tá dito aqui!


“Dos últimas cosas Tula: por una parte nos veo a nosotros, los llamados intelectuales de izquierda, metidos cada vez más en el bajo mundo de la burguesía, ansiosos por ser reconocidos en las ‘comunidades’ de sabio e investigadores burgueses, para así satisfacer nuestro inveterado narcisismo y la materialidad de nuestras aspiraciones, convertidos en investigadores de historia, sociología o lo que sea (¿para qué mierda sirven las investigaciones, me querés decir, si no es para cambiar un poco la vida tautológica de los investigadores?); y por otra parte veo ‘el desierto que crece’, no sólo obreros y campesinos paupérrimos, sino locos, drogadictos, putos, hippis, alcohólicos, todos hundidos en sus ‘territorios desfondados’ sin importarles nada la teoría, ni la marxista ni ninguna, ni la ciencia ni el arte, viviendo realmente en otro mundo que puede dejar de intranquilizarnos (¿ o acaso no estamos apegados a la seguridad, la tranquilidad y la calma?).” (Oscar del Barco, Publicado na revista Controversia, México, 1979-1981)



PS: A foto do Forlán é porque um belo texto tem que vir acompanhado de uma bela foto.

Que tchuco-tchuco, podia jogar no flamengo :) ahhhh

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Por que diziam que Napoleão era baixinho?




Maldita legging branca!



Não só atacarrava o pobre coitado do Napô, como também deixava saliente as suas gordurinhas a mais. Nessa imagem especificamente, o artista foi esperto e o que ele fez? tirou as botas pretas que Napô usava e trocou por meias brancas e também o centro do paletó é todo branco o que ajudou a alongar o nosso modelo.





Nessa aqui, o artista insistiu que tinha que colocar Napoleão de botas e claro de legging branca, então, como fazer ele parecer um tanto mais alto? Dá uma olhada na mesa do lado, pega bem abaixo do quadril dele. Qualquer um que tenha uma mesa abaixo do seu quadril deve ser muito alto. A gente olha para a mesa mesmo sem querer, é para onde o Napoleão está olhando.

Da onde vem o nome das coisas?





"O vale do Fórum romano foi drenado com a construção de um grande esgoto, a cloaca maxima". (Sociedade e política na Roma antiga, Maria Luiza Corassin)


"Eram conhecidos como proletarii, porque no censo tinham como bens a declarar apenas os próprios filhos (proles)". (Sociedade e política na Roma antiga, Maria Luiza Corassin)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tirando o Heidegger de dentro de mim


Preciso me livrar do Heidegger e para isso, preciso contar o que sei sobre ele ou ele vai continuar me atormentando. Sabe aquele momento na história em que os pais decidiram que não deveriam ensinar uma moralidade aos seus filhos? Assim como os pais deles ensinaram a eles? Isso foi há uns 20 ou trinta anos. Os pais começaram a pensar: ah, não existe uma moralidade correta, porque de repente eu ensino meu filho que ele tem que lutar contra as desigualdades sociais e o que ele faz? vira um guerrilheiro ou eu ensino a moralidade cristã e ele começa a perseguir macumbeiro ou gay... Não, não, esses novos pais pensaram, eu não vou ensinar nada, deixa, que ele vai saber sozinho a hora de ser bom, porque a bondade, ou o humanismo, nasce com a gente e ele vai saber, porque se eu ensino, eu só posso ensinar coisas erradas, ou melhor, quando eu ensino, eu só consigo ensinar no geral, eu não vejo o cotidiano, o dia-a-dia e para não correr risco de fazer maiores brutalidades que a história está cheia, eu deixo o meu filho sozinho e, por ele mesmo, ele vai saber a hora de pôr em prática a sua humanidade. E aí? simples de entender, né? É bem possível que não seja só isso mas, em resumo, o pai que pensa assim é a idéia do Heidegger em Carta sobre o humanismo... Na minha opinião, o Heidegger estava errado. Olha a M... que deu. Mais sobre a Carta sobre o humanismo, confira minha resenha aqui.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Você não fica mais bonita só porque as pessoas estão olhando pra você



Eu não aguento mais vestido bandage. E tipo assim, quando o vestido é ao mesmo tempo bandage, vermelho, curto e de fecheclair... sai logo nua....



"Uma mulher formosa sem discrição é igual uma jóia no focinho de uma porca." (Provérbios, Bíblia)

Estou com um medo danado de pagar a minha língua e acabar usando um.... mas, por enquanto, é isso o que eu acho.


PS: Eu queria muito botar uma foto com alguém num vestido bandage, mas duas coisas me impediram (e não sei em qual ordem): o direito autoral das fotos e não queria ridicularizar ninguém, porque o que estão fazendo com as mulheres é sacanagem.... então, vamos de Olympia porque eu acho que resume bem a história... Vc fica olhando, olhando, mas uma hora você cansa e vai fazer as suas coisas... e a Olympia o que faz?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Já se sentiu vivendo 2 vidas?





Uma vida que você quer viver, imaginada, e a outra que de fato acontece.
Antes que você pense: ah, mas isso acontece com todo mundo! Não acontece não. Mas, acontece sim, com a maioria das pessoas desde que passamos a viver na sociedade moderna. No dia-a-dia, as pessoas colocam cada vez menos de si no seu trabalho. A vida não tem mais muito encantamento e para não morrer de tédio, de vez em quando assistimos a um filme, novela para que as coisas ganhem novamente um sentido. Os dias imortantes na vida de alguém.. e a gente sonha que são os nossos dias... Mas a vida imaginada pode (necessita) encontrar a vida vivida. Eu estou delirando, mas não deliro sozinha. Essa é a tese da Teoria do Romance, do Lukács.


PS: O cara que tirou a foto encima também chama Lukács, mas é outro.

La Traviata significa A Transviada

Se dissessem isso para as pessoas haveria muito mais gente interessada em ópera.
Transviada porque a moça era uma cortesã. (Adoro a palavra cortesã, você tem que pensar um pouco antes para lembrar do que significa)




Alfredo:Bebamos,Bebamos deste cálice de alegriaIsto reforça a beleza/Que o fugaz instante/Prevaleça sobre a volúpia/Bebamos àquele doce êxtase/Que desperta o amor/O poder do olhar penetrante/É apontado direto do coração/Bebamos ao amor, e nossas bebidas/Tornarão nossos beijos mais ardentes
Todos:Ah, BebamosNossas bebidas tornarão nossos beijos mais ardentes
Violetta:Com todos vocês/Eu vou aprender a compartilhar meu lazer em minha casa/A vida é uma loucura, e só o prazer conta/Vamos nos desfrutar, porque o amor queima rápido/Uma flor que floresce e morre/Nunca foi para durar/Portanto revele e alegre-se/Lance uma sedutora voz!
Todos:Seja feliz, o vinho e os cantos/E os risos embelezam a noite/Deixe o novo dia nos encontrar neste paraíso
Violetta:A vida é celebração
Alfredo:Se você conhece o amor
Violetta:não me diga que nunca tive
Alfredo:Este parece ser meu destino
Todos:Seja feliz, o vinho e o canto/E os risos embelezam a noite/Deixe o novo dia nos encontrar neste paraíso http://www.vagalume.com.br/luciano-pavarotti/la-traviata-traducao.html#ixzz0zn0lkTLA

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quando as exigências são demais, como as pessoas respondem?



"1) ficamos taciturnos e ressentidos e na primeira oportunidade, dispomo-nos a empreender uma ação violenta em protesto contra nossa condição.
ou
2) sentimo-nos excluídos, e retraídos e cínicos, não conseguimos afirmar o princípio de justiça em nossos pensamentos e em nossa conduta ao longo de toda a vida. Embora não sejamos hostis ou rebeldes, esses princípios não são nossos e não tocam nossa responsabilidade moral."


Podia ser sobre qualquer relacionamento, incluindo o amoroso, mas é o das partes numa sociedade política. Tirei do Justiça como equidade, de John Rawls, p. 181.

Palavra de Simone - Manual da Vida continua


Memórias de uma jovem formal


"Éramos demasiado lúcidos y demasiado exigentes para descansar en la falsa seguridad del amor."

"Hay que tener la humildad de reconocer que uno no puede arreglárselas solo; es mucho
más fácil vivir para algún otro." Me sonrió: "La solución es hacer egoísmo a dos."

"Estoy segura de que no existe aquel que verdaderamente lo sería todo, lo comprendería todo, profundamente hermano y semejante a mí misma."

Ao que parece, ela sofreu, mesmo pouco tempo, com a síndrome "deixa que eu salvo você", que atinge milhares de mulheres, tão comentada no dontdatehimgirl.com . Mas, isso foi só pouco tempo mesmo, e depois ela virou a Simone de Beauvoir... outra coisa engraçada... é como a mulher acaba criando a fantasia de que "salvar" o carinha é até parte do seu destino, ela nem está feliz com isso, mas agora que é o seu destino, tem que percorrê-lo.... affffff
Vale a máxima: quem conserta é técnico, quem resgata é corpo de bombeiros.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Moralidade dentro e fora de campo


Sim, todos queremos ganhar, maximizar nossos benefícios, mas não fazemos tudo para isso porque é errado. Chamamos isso de moralidade. É algo que te constrange a não fazer algo. Roubar, mentir e bater sem motivo são atos imorais e todo mundo concorda, certo? Só que a moralidade dos jogadores de futebol só funciona quando acreditam que a consequência agregada ao ato vai vir (o juiz está olhando). Era para ser assim? Para valer tudo? Cair na área e jurar que é penalti (^?) sabendo internamente que não foi? Tudo isso porque eu jurava que quando a Inglaterra fez aquele gol que o juiz não deu, o técnico alemão poderia chamar seus jogadores e falar: "Ó, deixa o cara levar a bola até o gol porque a gente que sabe que foi gol e a gente quer ganhar honestamente". E depois foi o holandês safado que ficou caindo à toa e o juiz marcou aquela falta para a Holanda. Mas faz mal não, sabe por quê? Porque o bem sempre vence no final. Enfim, agora, será que é possível não ter moralidade dentro do campo e lá fora sim? Quer dizer, ele vai sair dali e não vai mentir para a mulher dele, não vai tentar negociar com outro clube na encolha, não vai parar em festa de traficante,, enfim... muito pior que isso. Agora, a salvação da lavoura, a doçura em pessoa, acompanho os jogos do Uruguai desde a primeira fase e com quem eu não me decepcionei .... ele.... loiro.... para fazer a alegria da mulherada........ Diego Forlán..... E o que descobri é que fora do campo, ele é super engajado em causas sociais, pelos deficientes físicos, pelas mulheres..... VAMOS CELESTE!!!

sábado, 3 de julho de 2010

Se você é o cara que eu vi no ponto do ônibus, veja esse filme

Esse é o título de um filme que passou há uns anos no Mix Brasil da Diversidade Sexual no CCBB. Não vi o filme, mas não deu para esquecer o título porque isso já aconteceu com todo mundo. Uma pessoa que te agrade mas que não deu para falar... Você lembra dessa pessoa até que esquece.....Quem eu nunca esqueci foi um rapaz que vi num restaurante, foi a primeira vez que eu lembro que eu olhei para alguém assim. Eu devia ter uns 10 anos, ele bem mais, 25 talvez. Então, se você frequentava o Chopp com Banana (eu tava com meus pais) há uns 15 anos atrás, não deixe de ler esse post... rs rs

PS: O CCBB parece que tá censurando uma peça da Rebeca Horn que eu li no Globo pq o vai e vem do negócio ainda não está funcionando. Quando eu tive lá, vi que era para funcionar, perguntei na hora se estava censurado, a moça: não, tá com defeito mesmo. E até agora sem conserto, mentira, né?

Você só pensa na aparência, sim!


Se não é verdade, você não deveria saber o que é uma drenagem linfática, que ingerir anti-oxidante é bom, que shampoo sem sal é melhor e por aí vai. Que fizeram de mim? Quando foi que eu deixei de olhar para dentro? Ultimamente, li só coisas para o mestrado e estava muito preocupada em chegar logo no final daquelas páginas. Achei uma das auto-biografias da Simone de Beauvoir no scribd e estou encantada. Voltei a olhar para dentro, enxergar as coisas que fazem a uma mulher e enfim.... Auto-biografia parece chato e pedante, mas a dela não é.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Enquanto Rawls não vem

Gostaria de dizer que Amitai Etzioni estava certo ao falar que o paradigma neoclássico - crença que o indivíduo está sempre maximizando seus benefícios - não tem uma dimensão moral. Ele só não o conhecia o serrote, que é o exemplo mais bem acabado de sujeito que vive no paradigma neoclássico. O serrote precisa vir para o paradigma I&WE. Eu também não sabia o que era um serrote até que http://manualdoserrote.blogspot.com/

esse DON'T


Eu sinceramente nem me lembro como fui parar nesse site, estava procurando algo na internet... quando vi o nome do site e achei interessante http://www.dontdatehimgirl.com/ Basicamente, é um site onde você pode ver se o cara com quem está saindo já está marcado por alguém como canalha. Você pode colocar a foto do safado que te enganou e compartilhar sua história lá. Bem, como uma das lutas (ou não lutas) que vou travar agora é o empoderamento feminino, achei que o site que é uma boa porque dá dicas de como namorar melhor para conseguir o que quer... e não conseguir o que não quer....unfortunelly, in English, é é sim, meio conservador puritano norte-americano..... mas é o caminho do empoderamento..... se tudo é crença mesmo, por que não construir uma crença baseada no consenso sobreposto que ter um marido é melhor que ter um zé ruela que te usa? (Rawls? Chega minha aula de Rawls para que eu te entenda melhor)

sábado, 15 de maio de 2010

Dança, brinca, ri, pula, ama tua mulher, cuida da criança que segura a tua mão, toma banho e mantém a sua cabeça lavada


Eu nunca mais me esqueci dessas palavras da Epopéia de Gilgamesh. Eu não me especializei em História do Oriente, mas isso ficou gravado em mim. A moral é muito boa, é a história de toda humanidade, do que o homem faz enquanto vive: corre em busca de um projeto e esse correr vira ambição, então começa a andar cansado, abatido, até quando acha que conseguiu, não conseguiu não. Quem conhece o final da história, sabe do que eu estou falando. E o verdadeiro destino dos homens era tão bom: dança, brinca, ri...

sábado, 1 de maio de 2010

As pessoas que amamos que disseram as coisas mais estúpidas


"Os espanhóis estão completamente degenerados. Mas, ainda assim, diante de um espanhol degenerado, um mexicano constitui um ideal. Todos os vícios, a fanfarronice, a bravata e o dom-quixotismo dos espanhóis elevados à terceira potência, mas, de nenhuma maneira, com a solidez que esses possuem".

terça-feira, 27 de abril de 2010

Social theory of international politics


Que tipo de pessoa você é? É do tipo que crê que é o interesse que move o mundo? Que em todas as relações, seja entre países ou homem e mulher, existe poder? E se alguém não consegue enxergar isso é, desde logo, um dominado. Por que os Estados Unidos fazem o que fazem? Porque eles podem. Por que um homem bate numa mulher? Só quando pode. Se ela fosse mais forte, mais rica, mais inteligente, acho que isso não aconteceria. Você pode, ao contrário, pensar diferente e sim, há aqueles seres desprezíveis que se comportam dessa maneira, mas não crê que esse seja o comportamento de toda a gente porque esse não é o seu comportamento. Você olha em volta e vê as pessoas cooperando, como para salvar o planeta, proteger as crianças essas pessoas têm idéias que as fazem agir nesse sentido, são boas pessoas. Preste atenção! Não se trata de falar em pessimista ou otimista, mas sim de realismo ou liberalismo, porque o realista clássico vai te dizer assim: se ajuda alguém é porque isso te convém e.... não é? Se não o ajudasse, ele faria uma revolução, ou ficaria extinto o que seria pior pra você... E o liberal, o que diz? - Ai, absolutamente não crê que possa existir moral? Mas nem só de preto e branco, vive o mundo das relações internacionais... Você pode continuar crendo que no fim quem manda é o dinheiro, as forças materiais, mas isso não está mais nas mãos das pessoas, está aí tão difundido pelo mundo, está imbricado nas estruturas, tipo FMI, OIT, aquelas coisas que você não vê, mas que mandam no mundo ...Ou você pode achar que, no limite, quem manda, quem de fato organiza o que se vai fazer com as forças materiais são as idéias, primeiro você pensa.. não.. nesse outro tipo para entender as relações, você não mais pensa, as crenças já estão tão compartilhadas por toda a gente que é difícil até de contestar (ou não). Por exemplo, Brasil é Brasil porque a comunidade internacional aceita o Brasil como Brasil, right? Mas não fazem o mesmo com a Palestina. Por quê? Não interessa o que pense sobre isso, é tudo construído mesmo. Social Theory of international politics, de Alexander Wendt, ensina que você pode separar qualquer teoria social não só as relações internacionais, no esquema acima: ou ela é individualista e materialista (foco no indivíduo e nas forças materiais), primeiro exemplo; ou individualista e idealista (foco ainda nas pessoas só que nas idéias agora), segundo exemplo; ou holista e materialista (foco no todo e nas forças materiais), terceiro exemplo; ou holista e idealista (foco no todo e nas idéias). Dá para pensar várias coisas que as teorias sociais querem explicar e depois ir encaixando tipo.. pobreza é culpa do individuo ou da sociedade de acordo com tal teoria, e aí o que a gente faz tipo dá um emprego ou ensina a pensar diferente... tipo O Segredo,,,, visualize o emprego, crê-se capaz....

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Operadores goodmanianos in my life

Já que eu não sou filósofa mesmo, eu posso falar do Goodman como bem entender (acho). Pois bem, o Goodman meio que foi um dos filósofos mais importantes do século passado (só me disseram, não sei exatamente porquê) e isso está ligado basicamente a filosofia da linguagem. A idéia principal é não existem um mundo, mas só representações de mundo. E do que são feitos os mundos? De outros mundos. Mas como é que vai se diferenciando um mundo do outro? Atráves dos operadores identificados por ele que são cinco: composição ou decomposição, relevância, ordenamento, supressão e deformação. O que achei mais fácil pra entender como isso funciona na prática foi com o artigo do professor Renato Lessa sobre a Constituição de 88. Já notaram como na CF os direitos fundamentais aparecem primeiro do que todas as outras coisas? Não aparece no meio, nem no fim. É em primeiro e há uma razão para isso. A partir daí, todo o resto da CF esteve subordinado ou se ligando aos direitos fundamentais. No caso da CF, o operador goodmaniano do ordenamento foi o mais utilizado, deu o tom da CF, e o tom do mundo, o modo como o mundo (ou o Brasil) deve ser. Beautiful, isnt it? - Beijo me lyga Lessa, adorei as aulas -. Agora, voltando a minha vida, ou a vida de cada um, todo mundo organiza sua vida assim, com os operadores goodmanianos, passar a crer e a viver no mundo que cria com os tais operadores. Por exemplo, eu tinha uma frase que era: primeiro, eu como, durmo, faço pilates, posto no blog e aí vou aos compromissos (ordenamento). A supressão é fácil é como quando você deleta uma paixão antiga para dar lugar a uma nova, joga roupa fora para abrir espaço no guarda-roupa. A composição acho que é quando você adiciona uma coisa nova a sua vida, por exemplo, nos últimos tempos, foi o meu interesse por make up. Deformação talvez seja o sincretismo religioso que vivemos, coisa e tal. Mas, o que interessa afinal pra mim é alguns mundos são melhores que outros? Na minha opinião são sim, porque por mais que se sofra sempre de algum modo, é melhor viver numa família estável, com apoio e carinho do que não, né? Como a história da democracia: tem falhas? Tem, mas vai ser mulher então no Irã! Então, voltando, alguns mundos são melhores. Ponto. Como sair dos piores para os melhores? Por exemplo, se eu durmisse menos, se comesse menos, se todo mundo não assistisse ao BBB, a vida estaria melhor? Sim. Acho isso tudo tão holístico. Enfim, passando a luta-de-classes agora, pode-se melhorar a vida das pessoas sem precisar passar por uma transformação econômica na vida das pessoas? Sim, mas no limite, não porque todo mundo ainda precisa comer e comer bem, e tudo o mais também custa dinheiro. Mas, também desconfio que não é só isso, porque em certas ocasiões, é mais importante suprimir um comportamento como o desperdício, acrescentar um outro como higiene, colocar na ordem: dinheiro para educação dos filhos, casa, alimentação, só em último gastar com cerveja... Anyway, essa era a minha visão do Goodman.....Eu não sei porquê mas quando digo essas coisas, por mais que acredite nelas, me sinto compactuando com a explicação capitalista do mundo, tipo: seja otimista e o seu sistema imunológico vai aumentar (vai por mim, só com Centrum), ai, parece tão babaquice, cadê um estuturalista, agora, quando se precisa de um?

domingo, 4 de abril de 2010

Empoderamento feminino


Ó que frase bonita: "Graças ao grupo feminino, ela consegue não se preocupar com os rapazes, ter um comportamento não-conformista e provocativo, e lutar por uma carreira artística". (Bettina Fritzsche) Desculpa se não faço a citação como se deve, mas aqui está o link para ler o artigo da onde tirei a frase. Enfim, o artigo é para saber se o grupo Spice Girls pode ser encarado mesmo como algo que empodera as mulheres. As mulheres ficam mais auto-confiantes mesmo? Vão mais longe? Agora, só consigo lembrar da Victoria Beckham no pôster que tinha em casa quando ela nem era Beckham e ela era tipo uns 10 quilos a mais, só que isso não significava que era gorda. Lembro também da música: if you wanna be my lover, you gotta get my friends, ai, como a gente não vê a hora de mostrar o bofe para as amigas, né? Mas, isso é de verdade o melhor a fazer ou pura vaidade? Achei o artigo depois de ler um outro sobre a Heloneida Studart também na Revista Estudos Feministas. Alguém imagina algum grupo pop com garotas com esse corpo atualmente? A diferença é sutil, mas notem que não há os músculos definidos do pilates, da drenagem linfática e da medicina ortomolecular.....

quinta-feira, 4 de março de 2010

Take Off! (Decole!)


Pra que a história serve? Qual a real aplicabilidade da história para se desenvolver a sociedade? Não repetir os erros do passado? Dãaaa....mentirinha. Acho que a primeira vez que seriamente começaram a se utilizar da história na nossa sociedade foi com o caso da Revolução Industrial. Depois que a Europa e os Estados Unidos se industrializaram, ainda sobrou a América Latina, a Ásia e África lá plantando e colhendo....E então, os governantes do mundo inteiro pensaram: Vamos ajudar! Vamos fazê-los desenvolvidos! Vê-los crescerem! Então, começaram os estudos sobre o que faz um país se industrializar. Foram estudar a Revolução Industrial na Inglaterra e descobriram o que teve que acontecer primeiro. Descobriu-se que para que o país desse o seu take off (decole), eram necessários três coisas: que o que se produzisse no campo alimentasse as pessoas do campo e as da cidade, daí quem ficasse na cidade iria trabalhar na indústria; que o país conhecesse uma inovação tecnológica, como é que vai virar indústria, se não tem máquina, né? e finalmente, que tivesse muita gente vivendo nesse país. Não podia ter só duas dessas três. Eram as três ou não tinha take off. Senão continuaria a ser uma sociedade agrícola. Pois bem, recentemente, mas já no campo das relações internacionais, eu vi algo (não li ainda) sobre um livro que argumentava que onde os direitos das mulheres eram maiores, não surgiam grupos terroristas. Em resumo, a idéia era desenvolvam os direitos das mulheres porque é uma questão de segurança em escala global. Onde eles existem, não existem terroristas.

Daí, pensei em algo do tipo para ser usado pela nossa segurança pública para pôr fim aos marginais que tem por aí. Aposto que daria certo, porque antes de serem qualquer coisa, foram crianças e fosse a mãe, avó ou tia, sempre houve uma mulher por perto que poderia ter dado o exemplo de educação e não estou falando que ela com certeza não deu, mas, eu não sei, acho que falta uma boa dose de auto-estima em algumas mulheres e isso gera revolta por parte das crianças que convivem com elas. Com a auto-estima elevada, creio que é impossível machucar a si e também ao outro. Então, bóra valorizar a auto-estima da mulher. Minhas 5 dicas de hoje são:


1) Tenha em mente, você NÃO é uma 'mulher objeto de cama e mesa' (pense nisso, com um risco, como no título do blog)

2) Portar-me-ei com inteligência no caminho reto. Fazer as coisas certas ajuda a sentir orgulho de si mesma e a recompensa virá em breve e será grande, mesmo que aparentemente, você não perceba logo.

3) Pare de se comparar. Principalmente, com outras mulheres. Vocês não tem que competir tanto. Está aonde por acaso? Num ringue de lama?

4) Ou lápis de olho, ou batom, ou blush, ou os três, mas never saia de casa sem nada. Se rolar um tempinho, unha bonita é tudo de bom.

5) Foco. Faça seu próprio mundo acontecer. Quem são e quais são as coisas para as quais você liga? Foco nelas. Senta. Pensa. Tudo começa assim.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eu fui uma historiadora?


Sempre lembro do filme Memórias de uma Gueixa, quando ela fala assim: Eu fui uma gueixa? Ela estava tão arrasada, mal tratada, trabalhando na lavoura, depois que a Segunda Guerra Mundial começou que ela havia esquecido como era ser uma gueixa. Acho que todo mundo perde um pouco de si no decorrer do tempo e passa a ser outro (hã? nevermind...) Então, fiquei reparando na quantidade de textos que eu tirei xerox durante a graduação em História (foto aí encima - isso aí uma bola de pilates) e nossa eu fui uma historiadora? Quanta coisa eu li.. e cadê o Walter Benjamin ou o Foucault na minha vida agora? Le Goff, Finley, tantos... Tudo bem que eu não to trabalhando numa lavoura, mas às vezes sinto que deixei pra lá aquele encantamento dos anos iniciais, principalmente, o que não tinha a ver com história contemporânea eu esqueci. Tantas coisas legais que eu li. Vou falar de um texto que adorei chamado "Profissões lícitas e ilícitas segundo os manuais de confessores da Idade Média". Entendeu de cara? É assim... o alto clero preparava manuais para os padres das paróquias indicando como eles deveriam distribuir as penitências para as pessoas de acordo com as profissões delas quando essas fossem se confessar. Emprestar dinheiro a juros nem pensar, um absurdo, aliás, trabalhar já era muito ruim na visão da Igreja, mas havia menos piores e o fim do fim que era..... SUSPENSE.... lavar louça. Esse texto merece uma relida e assim que preparar um resumo eu faço um upload.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mr. Goodman speaking


Às vezes, determinadas leituras parecem muito confusas.... Você lê, lê de novo, fica cansada, não entendeu muito bem até que se depara com algo....e uau... você continua sem entender o argumento principal, mas se deixa levar por aquela frase de efeito e começa a delirar....


" 'A verdade, a verdade completa, e nada além da verdade' seria assim uma perversa e paralizante política para qualquer world-maker."


&


"A broad mind is no substitute for hard work".


Que que dá pra entender? Gente ortodoxa vai mais longe na vida. Dá onde eu tirei isso? Nem eu mais sei ao certo.... Por que? Porque eu sou uma broad mind...e isso não te deixa ter muito foco... Acaba que não faz nada... Muda de namorado, de estilo, emprego, religião e o seu world-made não dura, não acontece.... A crença é o que sustenta a verdade daquilo que vc faz, se vc deixa de crer que o que faz é verdadeiro, vc não faz mais, faz mal-feito....Affff... fica super tolerante.... porém cheio de buracos....enquanto os ortodoxos fazem as coisas aconter (O mundo é de quem faz, tá? IG)... Os ortodoxos não estão em busca da verdade completa, basta a deles e pronto, trabalham em cima disso, porque, no final, é só o que há mesmo, não existe um mundo abaixo das camadas com que as pessoas vêem as coisas... é só as camadas mesmo....PS: Eu nem sei se poderia falar em ortodoxia e heterodoxia assim displecente ...mas deixa estar

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

'Cause I make the world I want!




Pois bem, eu tenho que decifrar o que Goodman quis dizer com worldmaking e Wittgenstein com "O limite do mundo é o limite da linguagem" senão não termino meu trabalho para a matéria de Filosofia de Linguagem..... Eu tenho até medo de falar o que acho e o professor perguntar se eu bebi.....rs ok, vamos por partes, modos de fabricar mundos do Goodman é, em resumo, uma obra que explica que só há representações de mundo... e não "O Mundo", nada fora do normal para quem entrou já na graduação com uma década de crise na ciência histórica, li Todorov, tudo que existe é alteridade, relativismo... Outra coisa é que são as palavras que constroem o mundo... "não existe mundo sem palavras", obvious (?) Tá certo eu ainda não li o Goodman diretamente, mas estou caminhando para isso, mas eu gosto de passar pelas obras mais facinhas primeiro... Isso não é burrice, nem preguiça, é uma mistura de organização com pavor de ficar repetindo tudo sem ser capaz de ensinar de um jeitinho mais fácil a quem não tá pegando. Ou ainda, relacionar isso com outras coisas..... p.ex. Voltando ao Wittgenstein.... "O limite do mundo é o limite da linguagem", tem um elo aí com o Goodman, perceberam ?, mais ou menos assim: viu, viu com palavras, e o que vc viu é o seu mundo. Eu fiquei pensando nessas teorias de riqueza que tem nos livros do Içami Tiba, Lair Ribeiro, "O Segredo"... ...Bom, lá, a teoria é sempre a seguinte.... você escolhe o que você quer, mas antes, você tem que ver, tem que fazer as coisas serem do seu mundo. P. ex.. se vc quer um carro, vai na concess(?)ionária (eh, loja), vê quanto custa, tira sua carteira, começa a achar que aquilo é pra vc, que vc é merecedor.....Nesses livros, eles concordam que o meio tem um peso mas vc é livre e pode escolher outras coisas pra sua vida daqui em diante. Nesses livros, tem sempre uma dica que é: amplie o seu mundo, não coloque barreiras, passe a acreditar que a vida trará pra você, tem até uma frase que adoro: "O mapa não é o território" (diz aí, puro Wittgenstein ou puro delírio?) Captaram? O que vc enxerga do mundo não é o mundo todo. Os autores usam da comparação para explicar: existem pessoas que são bem sucedidas, tem uma família bem estruturada, se sentem realizadas..... e vc quer ser igual a elas? Pense igual a elas, veja o que elas vêem, agradeça toda a sorte que te cerca, abra os olhos para as oportunidades... Mas, creio, ainda tenho que terminar o Wittgenstein, ou o professor, juro vai achar que bebi....E falando no prof, ele publicou um artigo sobre a Constituição de 1988 que mostra o quanto ela está imbuída de valores morais e o preâmbulo e os dois primeiros títulos é que teriam garantido isso ao longo de toda a Carta Magna. O Goodman fala em operadores que constroem os mundos, ordenamento, composição, eliminação e outros e o prof. disse que o ordenamento é que prevaleceu na CF/88. É só procurar por Renato Lessa, A Constituição de 1988 como filosofia pública.

Saí da licença




Back!
Lendo sobre pedagogia, antes que eu me esqueça, antes que eu desista de compartilhar:

Atenção ou corremos o risco de ficar repetindo vulgaridades sobre a juventude por aí, lá vai:


"Diz-se muito mal e muito bem da nossa juventude. Todavia, estas definições não são corretas porque exprimem acerca da juventude uma apreciação estática; a juventude tornar-se-á melhor ou pior consoante o modo como seremos capazes de organizar as suas atividades concretas no meio em que vive, conforme a ajuda que lhe facultamos para que se torne apta a realizar as tarefas futuras e conforme o que soubermos fazer para facilitar o desenvolvimento interior dos jovens."


Todo o texto é muito bom e explica como as viradas no pensamento ocidental influenciaram o ensino. Chama-se A pedagogia e as grandes correntes filosóficas, de Bogdan Suchodolski. Disponível pra download no 4shared.com