sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Por que aumentou o consumo de maquiagem importada pelas brasileiras?




Respostas de um telejornal (do final dos anos 90 e início dos 2000): o dólar em queda, maior poder aquisitivo das mulheres, matrimônio tardio e com menor número de filhos.


Por que continua aumentando dos anos 2000 para cá? Um site de venda de make up que não é nem um dos top 5, entregou em um ano, 10.000 pacotes para o Brasil. Por que existe uma reduzida mas incrivelmente abastada elite nesse país de flagelados? Creio que não porque ouso dizer que a classe média compra, não compra tudo, nem o tempo todo, mas (e olha aí a resposta da pergunta do título) a disseminação dos produtos importados em blogs nacionais e o sucesso desses blogs alavancou as vendas nos últimos três ou quatro anos. Cada grande blog de sucesso sobre maquiagem tem, em média, de 3 a 4 mil seguidores, evidentemente, acontece de uma pessoa ser seguidora de mais de um blog, mas isso não acontece com todas. Além disso, deve-se levar em conta também quem acessa rotineiramente sem se tornar um seguidor (meu caso). Acho que isso daria uma bom tema dentro dos estudos do Tempo Presente. Será que eu largo Gramsci e vou estudar isso? Ai, por que não? Faço um link e explico como a Urban Decay diminui seus gastos produzindo cada item em algum lugar do mundo. Mandar ir encher os vidrinhos de gloss na China é o mais comum. Eu vou continuar com a minha pesquisa do mestrado até o mestrado: Adóooooooooooro (que neam falam as meninas dos blogs) discutir teoria política mas depois daí a gente vê, né?


Fora os blogs nacionais, há os videos de make up no youtube que também dá uma força... para que tudo venha fazer parte da nossa wishlist, por que diz aí se você pode fazer uma sombra durar até 12 horas com ajuda do Eye primer potion porque sair de casa montada pra balada e voltar com cara esquisita e pele oleosa? Never more.....

Triste porque levou um pé na bunda?


Encontrei esse texto entre meus escritos. Faz parte do meu grande manual da vida. Não perdeu a atualidade, mas vou reescrevê-lo em parte para ficar melhor.


Você levou o fora, e se você responder "sim" a mais de três questões, então é razão de se desesperar:


(1) Ficar com ele te garantiria um corpo belo, bronzeado e sarado o resto dos seus dias?

(2) Ficar com ele te garantiria um emprego daqueles, um reconhecimento profissional e a admiração dos seus pares?

(3) Ficar com ele te garantiria a maquiagem completa da Urban Decay incluindo primer potion, sombras e lipgloss?

(4) Tornaria-se imortal? Por acaso, ele é o Lestat? Ou o cara do crepúsculo (que não sei o nome)?

(5) Teus filhos vão te amar, Deus vai te proteger e o cachorro vai ser mais teu amigo se ele te amar mais?

(6) Se vocês forem namorados, teu blog vai fazer sucesso?

(7) Estarás protegida das enfermidades, da inveja e da falta de uma roupinha nova numa ocasião especial?

(8) Nenhum dos seus dias será de tédio, todos os filmes e livros que chegarem até você agora te divertirão como nunca antes aconteceu?

(9) Perderás o encanto e a formosura, o andar sexy e o teu sorriso cativante se ele te deixar?

(10) Essa vale por duas, se ele for embora, você deixa de enxergar? Nunca mais ver um Delacroix, maquiagem bem feita, nada?

(11) Todos os dias, ao acordar, seu cabelo vai estar bom, com os fios no lugar, se vocês ficarem juntos para sempre?


O que você quer agora? Toda a diversão que possa ter? Uma barriga-tanque e umas roupas novas? Leveza e bem-estar? Filmes legais? Escrever seu primeiro livro? Sentir o amor das pessoas que querem dá-lo de bom grado a você (se o do carinha tá difícil, tente pai, mãe, crianças da família e cachorro, nunca falha)?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Simpósio de História Comparada


O Simpósio aconteceu há duas semanas e esse post está atrasado, mas o que vale é a intenção. Tantos trabalhos legais de historiadores novos que estão fazendo história comparada. Lendo os resumos, eu descobri histórias fantásticas.

Eis alguns:

De 1930 a 1936, durante os governos de Vargas no Brasil e Justo na Argentina, foram criadas Comissões para a revisão de textos escolares de geografia e história. O objetivo era evitar qualquer menção desonrosa aos dois países e aproxima-los culturalmente. Pode? Alguém já tinha imaginado isso?

Os ritos de casamento e de funeral na Atenas Clássica eram muito parecidos para as mulheres. Aquela sociedade acreditava que, com o casamento, as mulheres, selvagens por natureza, iam ser domesticadas, tendo sua personalidade anulada (alguém aí discorda ?), por isso, a representação simbólica da morte. No entanto, essa tentativa de submissão e anulação poderia ser apropriada por elas, transformando-se num meio de representação e valorização... Eu sei que é viagem total, mas quantas mulheres vocês conhecem que apagadas pela vida matrimonial fazem do status de "ser casada" ou "casada especialmente com quem" um privilégio.

Porque nada é tão legal quanto história comparada


As pessoas sempre me perguntam o que é história comparada. Basicamente, você pega duas ou mais histórias e compara. Pode ser de dois lugares diferentes, ou da mesma coisa em épocas diferentes. Os professores do PPGHC (Programa de Pós-Graduação em História Comparada) da UFRJ me matariam se lessem um negócio desse. Mas eu quero ser simples, estabelecer uma comunicação e que as pessoas fiquem satisfeitas com a resposta. Daí, eu dou um exemplo, por exemplo, você compara como eram ritos fúnebres na Grécia e na Roma antiga.... o pessoal faz: óoo ahhhh. Mais um para não restar dúvida: você compara as ditaduras militares do Brasil e Argentina - sorriso esboçado devido ao grande apelo midiático e contemporâneo sobre o tema. Aí, então, fecho com o grande barato da história comparada... por que história comparada? porque quando você sai da história nacional, você descobre outras explicações, por exemplo, eu posso achar as possíveis razões da ditadura brasileira, mas comparando eu descubro porque teve uma aqui e muitas outras na América Latina. Satisfeitos? mais ou menos...... mas, passemos a outras histórias...

domingo, 29 de novembro de 2009

Xena, Witchblade e mais


O ritual era simples: eu chegava do colégio, almoçava já no sofá e no sofá permanecia por horas assistindo TV. No começo, quando mais jovem, gostava do Chapolin, mas também assistia outras coisas que vinham depois...alguma série americana....nunca o telejornal. Na minha adolescência, o que se sobressaiu foi sem a dúvida a princesa guerreira. O arquétipo do guerreiro (a) desperta em nós aqueles sonhos esquecidos, traz à tona algo que estava escondido pelas circunstâncias (ou seja, eu sei que só tinha 15 anos, tava no culégio, e era lá meio gordinha, mas eu tb sabia que no mundo sempre houve espaço para outras histórias de outras mulheres em outros tempos, onde nada disso importava, um lugar onde não imperava o poder disciplinar da escola (Foucault), as regras de comportamento para mulheres de sociedades burguesas e o dever dos pais. No mundo da Xena, eu já poderia ser mulher, forte, livre, eu já podia ser quase eu.... ahhhh....Só para citar um professor meu que também citou alguém (filósofo): "As pessoas sofrem tanto nesses tempos modernos porque o acidente e a essência se confudem". (hã ?) Quando te perguntam quem você é? Por que é que diz sua profissão, idade, sexo, time... quando há muito mais que dizer sobre você, sobre a sua verdadeira essência? Voltando a Xena, pois é, ainda tiro inspiração de lá, eu chego do mestrado e fico no sofá... Também gostava de Witchblade, quantas e quais mulheres a gente pode ser... Ah, sem dúvida (que eu me lembre) o primeiro referencial do arquétipo do guerreiro numa figura de mulher foi a Vampira do X-Men....Ela era demais... quem tem a minha idade sabe......coitada da Jean, chata de galocha!

Porque toda mulher merece também ser mais forte!


Estava pensando no meu último post... e toda mulher merece se achar mais bonita.... e não sei.... eu-meio (metade de mim) que mudou de idéia. Outra coisa que aprendi nos últimos tempos sem ser maquiagem, sem ser história comparada, foi o pilates. Eu também não aprendi muito, baixei uns vídeos do youtube and only this, comprei uma bola, tenho uns pesinhos, então, de vez em quando me exercito. O pilates já é bom sem fazer nada porque existe uma postura básica que é a dos ombros para trás e umbigo nas costas. Isso automaticamente te obriga a contrair o abdomêm bem na parte inferior e aí, creiam em mimm ou não, você se sente mais forte... com um senso maior de realidade coisa e tal (consciência corporal). A explicação científica para isso? Nosso último chacra, o sexual, localizado bem acima da virilha é o responsável pela nossa força, pela nossa imunidade, pela prosperidade e pela vida sexual, entre outras, uma coisa está ligada a outra, percebeu? Pois bem, com a contração do abdomêm constante, creio que o chacra sexual é energizado, fortalecido, daí a sensação de força...e é bom ser forte? quer dizer é proveitoso que uma mulher incremente sua força? of course.... bóra.... agilidade, defina suas metas e adiante-se...Quero ver alguém te desrespeitar agora....Que a força esteja com você!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Make up é Art?


Se eu tivesse que responder a essa pergunta, ela serviria para outras coisas tipo moda, tatuagem, então, tudo isso é arte? Ou é só uma tequineé (ai, não é assim que escreve não, mas é a palavra técnica em grego)? Pois bem, então por que as outras técnicas quando excelentes não chegam ao status de arte? tipo construir navios, desenhar prédios (se bem que esse...) mas eu não quero descobrir se make up é art porque eu acabaria mudando de idéia seja lá qual fosse o veridito... O importante como sempre é como sinto diante da make up. Recentemente, descobri que há centenas de blogs sobre maquiagem, como deve haver de cinema, arte e futebol por exemplo, mas aí, com esses blogs, eu descobri que existe maquiagem para além do rímel e batom, e que uns 10 ou 12 produtinhos fazem toda a diferença... Vc sai de uma garota bonita mas com cara de cansada pra uma garota bonita.... Não sei se isso acontece com todas, mas toda mulher merece se achar mais bonita. O melhor que eu aprendi com make up foi me olhar mais de perto, eu antes não queria olhar, acabava cometendo escolhas erradas e passava uma imagem que eu não queria. Pois é, make up é terapia. Você se olha de perto e vê que tem os poros dilatados, melhor do que fingir que eles não estão lá, é usar um produtinho pra disfarçar. Também descobri que não fico bem de batom rosa, por mais que eu tente, não dá, não é pra mim, não combina, eu tenho que aceitar isso e ser feliz (e muito) com o bege. E, quando vc está fazendo sua make up, se olhando de perto, vc descobre que está longe de ser perfeita, aqueles cravos, uó, mas com o tempo vc se aceita, vc se conhece e aceita. Vc não quer ganhar o concurso de miss, vc hj só quer parecer melhor. E quando alguém te diz que está bonita, vc acredita porque já sabia e não mais se dependura no pescoço dele pra que ele não mude de idéia. Ele muda, mas vc não. O corretivo está lá pra te ajudar e o blush pra te dar um ar de sofisticação. Há muito mais, mas, em resumo, é por isso, que simplesmente estou adorando make up. Ah, é muito importante, os blogs que eu sempre olho é o http://www.garotasestupidas.com/ (que fala mais de moda na verdade) e o http://www.2beauty.com.br/ . Essas meninas são o máximo porque dividem com vc a experiência com os produtos, com os sites de compra..... Pra terminar, make up é partir da realidade e chegar aonde quer, ao invés de ficar só sonhando em ver como seria...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O MEC disse que vai fazer alguma coisa com a UNIBAN

porque expulsou a garota (a da saia curta). O assessor jurídico disse que a universidade entendeu que ela foi a responsável pelo tumulto. Para ler e assinar a petição contra a UNIBAN, clique aqui:http://www.petitiononline.com/unitalib/petition.html

O Cineclube do André


Não sei exatamente quando comecei a frequentar o cineclube, creio que lá se vão dois anos. Todas as sextas, às 19 h (saio de casa lá pela 18h40 e vou andando), o André que também é jornalista e escritor (http://emendasesonetos.blogspot.com/) passa um filme num telão na Universidade Moacyr Bastos. Eu já disse que saio de casa para ir até lá, mas o mais importante é como volto... com uma leveza, com um entendimento, com uma alma encaixada, com um sopro de vida a mais. Não é exagero não. Na verdade, não tenho mais saco para ir ao cinema normal porque também os últimos filmes que vi foram Wolverine e Up - altas aventuras... acho tudo muito comercial, planejado demais, bobo e também não gosto de shopping.... e fila e pipoca muito cara.... No cineclube do André, eu vi os filmes que vou me lembrar pra sempre, que gostei de verdade e tudo de graça. Alguns desses foram (não estão na ordem de preferência, mas na ordem que a memória trouxe à tona):

1. Nascidos nos bordéis
2. O circo do Charles Chaplin
3. O retorno
4. O anjo azul
5. Hora de voltar
6. O acossado do Godard
7. Pequena Miss Sunshine
8. O jardineiro fiel
9. F for Fake
10. Tempos Modernos

No MAN também acontece um cineclube, sempre na primeira e terceira quinta-feira de cada mês às 18h30. Free!

Qu'est ce que c'est l'amour?


Como é que se entrega assim? Essa eu também não vi lá. Aliás, a maioria das obras da exposição, eu senti, não tinham esse encanto. :(

Qu'est ce qui est l'important en la vie? L'amour


Marc Chagall. Não deixem de assistir ao vídeo na exposição do Chagall no MNBA. Essa obra aí encima nem estava lá, mas, pelo menos é possível ver de perto outras.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Maya Angelou - Como eu só descobri agora?

Mulher Fenomenal
Belas mulheres querem saber onde guardo meus segredos
Eu não sou bonita nem fui feita para vestir um tamanho de modelo
Mas quando eu começo a lhes falar
Elas pensam que estou contando mentiras.
Eu digo
Está no alcance dos meus braços
A extensão dos meus quadris
A andadura dos meus passos
A curva dos meus lábios.
Eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Eu entro num lugar
Tão indiferente quanto você queira
E quanto aos homens
Os caras se levantam
Ou caem de joelhos
Depois eles enxameiam a minha volta
Como um enxame de abelhas.
Eu digo
É o fogo nos meus olhos
E o brilho dos meus dentes
O balanço da minha cintura
E a alegria nos meus pés.
Eu sou uma mulher
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Os próprios homens se perguntam
O que eles vêem em mim
Eles tentam tanto
Mas não podem tocar
Meu mistério interior.
Quando eu tento lhes mostrar
Eles dizem que ainda não conseguem ver.
Eu digo
Está na curva das minhas costas
O sol no meu sorriso
Na elevação dos meus seios
A graça do meu estilo.
Eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.
Agora você entende
Por que minha cabeça não se curvou
Eu não grito nem tento aparecer
Nem costumo falar alto
Quando você me vê passar
Isso deveria te deixar orgulhoso.
Eu digo
Está na batida dos meus saltos
A curvatura do meu cabelo
A palma da minha mão
A necessidade de me cuidar.
Por que eu sou uma mulher
Fenomenalmente
Mulher fenomenal
Essa sou eu.

More naked women


É uma do pintura do Gauguin. Chama-se Ondine. O que quer dizer uma mulher nua? Ela não tem roupas, nada. Não sabemos sua classe social. Qual o mundo dela? Ela pode ser rica ou pobre, uma artista ou prostituta. Por enquanto, ela é só uma mulher. Uma mulher na natureza. Não há nada mais sobre ela. Nós só vemos suas costas. Nós não conhecemos sua face e por conta disso ela não têm história para nós. Ela não tem o que a história traz em si: memória, ilusão, mágoa. É limpa. Ela pode ser qualquer uma. Todas as mulheres do passado (e ao mesmo tempo, nenhuma) estão dentro dela. Já se pode perdoar as mulheres do passado. Essa mulher, nessa situação, é o que todas mulheres deveriam ser (para o Gauguin): só uma fêmea, como as outras fêmeas de outras espécies, sua função é reprodução (e causar algum prazer também por supuesto).

A pose de Mariana


Na arte, toda mulher nua que parecer triste, pode ter a certeza: foi um homem que fez isso a ela.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ô Helena... mulher danada


Não estou falando da novela das 8, na verdade, só agora me ocorreu que o nome é o mesmo. Estava indo falar da Helena, rainha de Esparta, que fugiu para Tróia, para ficar com Páris, e deu início àquela guerra que tinha o cavalo e que o Brad Pitt interpretou Aquiles. Nesse semestre, numa matéria que estou fazendo no IUPERJ, o prof. (Renato Lessa) mandou todo mundo ler um texto intitulado Elogio de Helena escrito por um grego sofista Górgias. Naquela época, o exemplo de traição era a Helena, tipo, acho que xingar mulher era falar assim: Sua Helena! E a despeito disso tudo, o Górgias quis retratar a imagem de Helena na sociedade ateniense. Ele argumentou que Helena marchou a Tróia por uma dessas razões: Fortuna (deuses, destino) ou foi raptada ou foi persuadida, ou se enamorou. Em nenhuma dessas, não se pode censurá-la. Na época, adorei ouvir isso, toda mulher deveria ficar mais aliviada ao saber disso. Se o destino quis assim, que posso fazer? Se fui forçada, como lutar se não tenho forças? Se me apaixonei, quem manda na gente é o coração, é o amorroooooorrrr (Ela mexe comigo - Revelação) e, finalmente, ela foi persuadida e a força da persuasão é tremenda... As palavras insinuam que você terá felicidade e escapará da dor. Muito bom, muito bom mesmo. Dá pra baixar esse texto no site do domínio público http://www.dominiopublico.gov.br/

Nada de segredos intelectuais

Pois bem que no último semestre, fiz dez resenhas de livros (ou parte) clássicos das Relações Internacionais para valer a nota da disciplina oferecida pela minha orientadora da dissertação. Resolvi botar tudo no scribd porque nada melhor do que ler uma resenha antes de fazer a sua própria, né? Também fiz um upload da minha monografia e um artigo que escrevi sobre a Fortaleza de Santa Cruz, na época em que presos políticos de 64 estiveram trancafiados lá. Vou botar um link, e depois é só procurar por mais coisas desse usuário (vive_rio):
http://www.scribd.com/doc/19105934/Morgenthau-resenha

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Redes Sociais III

O prof. Luiz Molina da Universidade Autônoma de Barcelona UAB falou do seu trabalho com redes sociais e fluxos migratórios. Usando um software chamado Egonet (download gratuito) que ainda estou tentando ver como funciona, o prof. Luiz Molina conseguiu medir a intensidade dos relacionamentos das pessoas que entrevistava. Assim, ele viu que tal nacionalidade mantinha mais contatos com os espanhóis do que com seus compatriotas que viviam na Espanha ou que permaneceram no seu lugar de origem. Ou ele poderia descobrir o contrário e podia comparar comportamentos de diferentes nacionalidades e estabelecer uma tendência, por exemplo, os chineses mantém mais contato com seus familiares que estão espalhados pelo mundo do qualquer outro povo e, além disso, não se relacionam muito com pessoas de outra nacionalidade. Eu não lembro exatamente se era os chineses ou os tailandeses, mas é mais ou menos isso. Fique vidrada mesmo foi no Egonet, parece que tem um manual de como funciona na revista redes http://revista-redes.rediris.es/

As frases que ouvi

As citações explicam o mundo ou o funcionamento das coisas e não deixam espaço para dúvidas. Você lê e sente que há algo de antigo e verdadeiro lá, palavra escrita e sedimentada não se discute. Mas, quanto as citações que ouviu? As que não saem da minha cabeça:

O Batman diz para a mocinha: "No fundo, eu ainda sou aquele cara que você conheceu". E é essa parte que eu não esqueço: "Talvez até seja, mas isso não importa, porque o que define você são as suas atitudes". Não é lá muito original, mas sempre acho que mais mulheres deveriam estar dizendo isso e homens precisando ouvir... (ai, que medo de mim, tô vingativa hj kkkk)

A outra é muito boa também, ainda da temática homem e mulher. A Lady Heather do CSI Las Vegas diz pro Grissom o que ensinou a sua filha: "Você pode dar o seu corpo a um homem, pode até dar o seu coração, mas não pode dar o seu poder."

Agora, aquela que eu nunca esqueço, a que fala a camponesa de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha que mora em mim é: "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena" (Chaves)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Redes Sociais II

Um dos temas que mais me agradam é da onde vem a riqueza, por que os pobres são pobres, o que fazer para sanar tal situação. Eu já li e fui adepta de algumas coisas, desde Napoleon Hill até Marx. O Hill veio com meu pai, que fã dos cursos do Sebrae para microempresários, me pagava para ler tais livros e do Lair Ribeiro. Longe de mim reclamar, acho mesmo que foi uma boa. Enfim, para a ideologia capitalista, a gente sabe, por mais que existam as condições anteriores ao indivíduo de desigualdade, no limite, no limite, se ele está numa pior, a responsabilidade é toda dele. Mas, o que é bom nessa lógica é que você pode sanar isso. Você pode sair do nada e chegar no topo. Daí, exemplos não faltam...o Henry Ford, o Sílvio Santos. Naqueles livros do Napoleon Hill ou do "O segredo" nowadays, existe mesmo uma metafísica capitalista que faz gerar a riqueza, nada de luta-de-classes ou mais-valia. Alguns pontos essenciais eram: seja auto-disciplinado, organizado, principalmente, seja positivo e visualize-se na situação que deseja estar. Pois bem, que eu estava no seminário Redes Sociais e o prof. Jaime Jimenez da UNAM começou a falar de pesquisa participativa e dos lugares que ele trabalhou com isso. Eu não conhecia muito bem o assunto, mas a pesquisa participativa é mais ou menos assim: vc (ONG ou Estado) chega num lugar pobre, do campo ou da periferia, e faz as pessoas se reunirem para descobrir quais as necessidades delas, o que podem fazer pra melhorar e começar a agir. É claro que tem uma linha de evolução da metafísica capitalista aí, mas não é porque a gente conhece a origem de um conhecimento que ele vai deixar de funcionar. Entretanto, isso ainda não eliminou as minhas perguntas sobre riqueza e pobreza, mas dá para entender como vc acaba com uma situação de extrema penúria ou analfabetismo e coisas assim. Esse quadro abaixo é o modelo que o prof. Jaime Jimenez apresentou para chegar LÁ
.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Redes Sociais


Recentemente, eu ouvi de um rabino na TV que não se deve guardar segredos intelectuais. Devemos espalhar nosso conhecimento para que Deus venha e deposite um outro, maior. E você, mais vazio, é então, mais criativo, anda para a frente. De verdade, eu testei e acho que funciona e é por isso, que estou sempre escrevendo as coisas que (acho) aprendi aqui. Vamos lá, a última coisa que aprendi nesse ano foi sobre as Redes Sociais. Participei de um seminário na UFRJ que trouxe professores da UNAM (México) e UBA (Barcelona) para falar sobre as tais redes.

Vamos por partes, a prof. Larissa Lomnitz da UNAM, antropóloga, em meados dos anos 70, tinha como pergunta de sua tese, como sobrevivem os marginalizados? Toda a gente que não tinha emprego, segurança, vivia da informalidade (em torno de 30 % na época, hoje mais de 60 % da população) na Cidade do México. Lomnitz descobriu que os marginalizados sobrevivem através das redes sociais (nesse caso, horizontais). São pessoas que se conhecem que têm os mesmos recursos, as mesmas carências mas não ao mesmo tempo senão não poderiam "ajudar" os outros. Outras pesquisas da professora também caminharam no sentido de ver nas redes sociais uma ferramenta para a investigação dos fenômenos sociais. Em outra pesquisa, ela descobriu o brocker ou intermediário, que é o personagem que mantém contato com quem está acima e com quem está abaixo. No ramo das construções, ela descobriu que existe alguém da confiança do engenheiro que recruta os peões, e que estes peões também têm confiança nesse recrutador. Eles entregam seu trabalho em troca de um salário baixo e também de favores - o tal intermediário costumava ser o padrinho de todos os filhos dos peões. Esse intermediário que ganhava muito bem, não podia, entretanto, deixar o lugar pobre onde viviam todos os outros peões ou levar uma vida num estilo diverso daquele dos peões, correndo o risco de perder a confiança desses. Esse é um tipo de rede vertical. A professora lembrou também que as redes não existem na realidade, é o pesquisador que a constrói para entender melhor do assunto pesquisado.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eram os deuses astronautas?


Estava caminhando acompanhada (ui) e eu vi um obelisco enorme na Lauro Muller, em Botafogo, procurei por uma placa, mas não vi, era noite e deixei para lá. Depois de alguns dias, só conseguia pensar em obeliscos, eu queria saber da origem deles, qual o significado deles, coisa e tal. Uma coisa eu sabia, nas sociedades antigas, o objeto fálico é associado ao poder, assim era comum ter objetos fálicos espalhados para trazer algum tipo de sorte ou proteção. Na Roma antiga, usava-se mini pênis como pingentes de colares, pênis médios como sinos das casas. Ok então, que isso fosse praticado numa sociedade antiga, mas não caberia num estado laico e moderno, ou caberia? Existe um grupo relioso e político que possui um conhecimento além do que nós imaginamos e objetos fálicos realmente garantem algum tipo de sorte? Então, vi um obelisco no meu bairro, outro, descobri que há muito mais, e sem placa comemorativa também. Isso é importante porque a função do obelisco desde o século XIX no Brasil era lembrar de pessoas e seus feitos. Aliás, essa é a função deles no mundo. O obelisco surgiu no Egito antigo para manter a memória de uma pessoa, César descobriu isso e fez a mesma coisa em Roma. Atualmente, na Europa, há vários obeliscos que foram transplantados do Egito. O obelisco criado pelas mãos do Estado só aparece no Brasil no século XIX, de acordo com um artigo que li sobre os obeliscos no Rio Grande do Sul (http://www.pucrs.br/ffch/historia/egiptomania/publicacoes/obeliscos2.pdf). Nesse artigo, a autora se pergunta se o obelisco pode ter uma função além do qual foi planejada já que lá as placas foram retiradas por conta do valor do material. O obelisco passou, então, a existir sem dizer quem era o personagem que faziam referência. Mas, os gaúchos passaram a enxergar nos obeliscos a memória dos acontecimentos exclusivos do Rio Grande do Sul. Voltando ao meu bairro que tem obeliscos, sem placas (não porque foram retiradas, mas porque nunca estiveram mesmo), e que a população local não se identifica, por que, afinal, eles foram colocados lá? Só me sobra como resposta, que os obeliscos interessam a um grupo específico e que o uso que eles fazem dos obeliscos não é revelado a todos. Mais outro indício, o meu bairro têm símbolos maçons em vários lugares públicos, como praças e largos, seriam os obeliscos mais um desses?

sábado, 5 de setembro de 2009

MUN Tempo EGN


Aconteceu há quase um mês e estava pensando como eu falaria do MUN (MODEL UNITED NATIONS). O MUN é o seguinte: é uma simulação de um órgão das Nações Unidas, nesse caso, foi o Conselho de Segurança. O Conselho de Segurança da ONU é formado por cinco países permanentes e mais dez rotativos. Os cinco permanentes são: China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia. O tema da simulação foi o seguinte: a Coréia do Norte e a proliferação de armas nucleares. Eu participei da organização, aconteceu na Escola de Guerra Naval e ano que vem tem mais.

Seção delírio I - No que o Gauguin e o hip-hop se parecem?


No que Gauguin e o hip-hop se parecem? No apelo ao sexo e à beleza das mulheres? Seria isso ruim? Falo pejorativamente?
Gauguin foi e será, creio, um dos grandes amores que tive na vida. Diria eu algo ruim do meu amor? Nunca, nunca sem raiva. Mas o hip-hop em sua maioria, na maioria das suas músicas fala de sexo e porque funciona tanto?
Por que o sexo vem funcionando tanto? Vem dando tanto audiência ultimamente? Essa é uma questão que parece transcender ao hip-hop. Poderia fazer outra pergunta, não foi sempre o sexo objeto de intensa disputa? De significado de status e poder? As pessoas sempre não quiseram só sexo e muito?
Nem todas, nem todo o tempo. Mas, porque pra maioria que nós vemos, o outro, o sexo com o outro, fazer sexo de si, é um passo dos mais tempos?
Porque o sexo é uma maneira de chegar a idade adulta, e quando não há outros meios de isso acontecer – quer dizer para a maioria, então busca-se o sexo. Que outros meios seriam esses? Creio que muitas pessoas sabem a resposta. Às vezes, você vai ficando velho e descobre que o mundo não é o mundo da família, dos amigos e do bairro que, pra além disso, existe tudo, talvez, o infinito. Óbvio? Ainda não quando se tem 14 ou 15 anos. Às vezes, você tem a sorte de saber o que sabe fazer bem logo no começo da vida e toma coragem e faz. Você achou um metiér, nasceu para escrever como eu, nasceu para trabalhar com arte, nasceu para as finanças, e aí você vai. Seu peito estufa.
Também você pode encontrar um bom emprego que lhe pague e você deixa a casa dos seus pais. Reunindo algumas dessas coisas, você já não precisa tanto falar de sexo, sim, porque gostar de falar é diferente do gostar de fazer.
E é claro, como última razão, para a busca pelo sexo, está a falta de cultura, no sentido mais conservador da palavra, é claro. Saber das coisas que há no mundo, saber como as outras pessoas vêm tratando das coisas, na arte, literatura, cinema.
Encerrando, sexo é a maneira pela qual os setores mais pobres educacionalmente encaram sua passagem ao mundo adulto, porque a eles não é oferecido muito mais. Falar de sexo é uma coisa que todos podem fazer, não depende de uma boa educação, de um bom entendimento da vida. Você sabe que está lá, é animalesco, mas não animal porque animal seria se isso não estivesse recoberto pelas necessidades de afirmação, dos contornos da fantasia e da identidade.
Mas, eu queria dizer no que Gauguin e o hip-hop se parecem? Bem pouco, na verdade, porque a despeito das belas mulheres nos quadros e videoclipes e a vontade de se atirar a elas, Gauguin nunca pintou para as massas ou por causa de sonhos infantis, por causa de nada. Era ele, pra ele, no que via de mais profundo sobre a vida e sobre as pessoas: a vingança da mulher que outrora foi amada, a raiva feminina do marido após a morte de um filho recém-nascido, só pra citar alguns temas que me recordo.
Há outra questão, apesar de cada um ser filho de seu próprio tempo, Gauguin e hip-hop, o Gauguin está acima, eleva as consciências, você não sabia ou sentia, até que viu e agora, impossível retroceder. Ao mesmo tempo, a admiração por Gauguin requer certa habilidade, certa consciência anterior. O hip-hop é o mesmo quando se tem 14, 15 ou 40 anos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Carão de Modelo

Se não é o cabelo liso que te faz uma modelo, não é um nariz a la Bündchen (tá, talvez até seja a altura e o peso, mas esqueça isso por enquanto), não é um olho azul, o que faz uma modelo? Detalhe: elas são sempre tão novas (não sei, 15, 16, estourando 24) e parecem que já conhecem o mundo e as pessoas, podem falar sobre o querem, mas não falam porque bacana mesmo é fazer carão. Enfim, o que faz uma modelo? Daquelas que você acredita que é modelo é o carão! Uma altivez, uma sensação que ela nos passa de que é melhor (?) que a gente? talvez não tanto, mas mais gata e desejada sim... e tudo que vem com isso... dinheiro, popularidade, mas, na verdade, isso só pode parecer, transparecer no carão! Recentemente, eu li uma dissertação de mestrado intitulada Mulher, sedução e consumo: representações do feminino nos anúncios publicitários, da Andiara Pedroso Petterle (que está livre para download é só jogar no google) que analisava a imagem da mulher nos anúncios de perfumes importados, o que as mulheres pensavam dessas mulheres. Realmente, muito legal. Como eu adoro citações, algumas não saíram da minha cabeça, uma delas é a definição do já conhecido carão:

"É necessário confessarmos: durante muito tempo ficamos perplexos perante o espetáculo da petrificação altiva, tantas vezes reproduzida, dessas criaturas misteriosas. Quer cigana, quer vahiné polinesiana, bailadeira indiana ou empresária de fato ou calças, envergando um vestido de noite de festa ou uma indumentária de "clochard" de luxo, através da multiplicidade de todas as modas, é sempre o mesmo ser imutável que é representado; personagem hierática, alheia a qualquer agitação, convulsão ou frêmito, levitando, tal as divindades do Extremo-Oriente, no estado de uma 'apatia' bem-aventurada, na qual é impossível distinguir a plenitude da vacuidade." (Michel, Les aventures de l'éternel féminin ou quelques parcours dans les représentations publicitaires de la femme, na dissertação da Andiara que é realmente ótima)

ah, não vou botar nenhuma imagem, dêem uma olhada na Olympia porque ela é o maior exemplo de carão!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Manual da Sabedoria II


Sobre a beleza:

"Jamais Madame Bovary fora tão bela como naquela época; possuía a indefinível beleza que resulta da satisfação, do entusiasmo, do êxito e que nada é senão a harmonia do temperamento com as circunstâncias" (Madame Bovary. Gustave Flaubert)

Sobre a atração:

"O espírito é desesperadamente atraído pelo que não é intelectual, mas pelo que é vivo e belo na sua estupidez". (As confissões de Félix Krull, Thomas Mann)

Sobre o amor:

"Não se pode receber sem dar prazer, que cada gesto, cada carícia, cada aspecto, cada parte do corpo esconde em si um segredo, cuja descoberta causará delícia a quem a fizer. Dela aprendia Sidarta que os amantes não devem separar-se após a festa do amor, sem que um parceiro sinta admiração do outro; sem que ambos sejam vencedores tanto como vencidos; de maneira que em nenhum dos dois possa surgir a sensação de enfado ou de vazio e ainda menos a sensação desagradável de terem-se maltratado mutuamente." (Sidarta, Hermann Hesse)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Manual da Sabedoria

Para que o conhecimento se ele de nada te serve?
Como te servir se tu esqueces?
Pensando nisso, comecei a escrever há alguns anos um caderno com citações que eu jurava que ajudariam a viver melhor. Eu também parei de escrever há alguns anos. Mas, o que foi escritoeu nunca mais esqueci:

Sobre presentes:

"Você vê como eles correm de encontro aos meus desejos, como eles procuram a ocasião para estas pequenas finezas de amizade, mil vezes mais preciosas do que os presentes suntuosos com os quais a vaidade do doador procura humilhar-nos" (Werther, Goethe)

Sobre o pecado:

"A única coisa que se demonstrou realmente é que nosso porvir poderia ser igual ao nosso passado, e que o pecado que cometemos uma vez, com repugnância, cometê-lo-íamos muitas vezes mais, com satisfação" (O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde)

Sobre a moral:

" - Ah! é que existem duas espécies de moral - replicou o rapaz [Rodolfo Boulanger] - A pequena, convencional, que é dos homens, aquela que varia incessantemente e que clama com toda a força, agita-se embaixo, terra a terra, como aquele ajuntamento de imbecis que a amiga está vendo. E a outra, a eterna, essa a que tudo sobrepuja e paira acima de tudo, como a paisagem que nos circunda e o céu que nos ilumina" (Madame Bovary, Gustave Flaubert)

sábado, 15 de agosto de 2009

Estavam os frankfurtianos errados?

A despeito de certos discursos parecerem datados, frases que hoje não podem ser ditas sem soarem ridículas, algumas coisas ficam para sempre ou, pelo menos, deveriam ficar. Cadê os frankfurtianos, por que a gente não aprende sobre eles na escola? O mundo que eles descreveram ainda existe. Da sociedade capitalista, da sociedade de consumo, ou acabou e é outra coisa? Por acaso, isso ainda não vale?

1) Você só pensa em consumir e sim, isso te deixa mais burro:

"(...) na perspectiva de uma vida consagrada em primeiro lugar ao consumo, mas que acarreta por outro lado uma redução notável da intensidade e da amplidão da vida psíquica e intelectual dos homens, da qual se retira toda participação nas decisões fundamentais e cujas preocupações e comportamento se reduzem cada vez mais aos dois aspectos de um único e mesmo painel: a execução das decisões tomadas alhures e por outros, e o consumo das rendas obtidas pela aceitação desse estatuto." (Lucien Goldmann sobre Marcuse)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Olympia (quanto tempo você é capaz de só pensar nela?)


Adoro as comparações entre obras de arte e pessoas, principalmente, quando incentiva a tolerância. Você começa a explicar que, a despeito das opiniões de "odeio", "é feio demais", "não tem sentido", para alguém, nem que seja só mesmo um alguém, se para alguém, a obra de arte e a pessoa fazem todo o sentido do mundo é justo e conveniente deixarmos lá para que esse alguém a desfrute. Comparemos, o que disseram à época de sua exposição sobre Olympia: que não prestava, que não era arte, enfim, tudo de ruim e o que era Olympia para seu criador Manet: simplesmente tudo. Hoje, para quem não sabe, ela está no Louvre e todo mundo adora, ok mas nem tudo vai ficar no Louvre, mas a questão não é aguardar o dia da virada, é porque desde já para alguém faz sentido, para começo de conversa, o próprio criador. Então, não se destrói a obra de arte, não se fala tão mal (?), assim se deve proceder com as pessoas, se não faz sentido para você, não tem problema, porque há de fazer para alguém. O bom e velho live and let live ! Em contrapartida, já que pessoas são como as obras de arte, devo prostrar-me aqui de novo esperar que a "mirada" de alguém dê sentido a minha vida? Às vezes, sofro dessa vaidade, de achar que estou numa big exposição quando vou a rua, e se não alguém não me nota, penso logo: é porque eles prefeririam um esboço de um retratista vulgar e eu estou mais para um Mondrian. Voltando, são as pessoas obras de arte esperando que alguém dê sentido a elas? Já que falei em elas,,, são, ao menos, as mulheres? Porque depois de um certo tempo, curto se está numa exposição ou mais longo, mas não maior que a própria vida, você sabe e sente que precisa ver outras obras. Olympia está no Louvre, mas também está Monalisa, coisa e tal. Imagina Olympia sentido raiva de Monalisa, ou das pessoas que deixam de olhá-la para ver outras obras. O problema não é Olympia, não é nada, não existe problema. Só é chato quando a mirada do outro que faz lembrar para alguns por que existem muda para um outro (a); e quando o interesse do então vislumbrado termina.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

sobre a revista feminina


Fiquei com vontade de escrever mais sobre a Heloneida e enfim, aquela temática. Achei que poderia informar algo que aprendi recentemente sobre as revistas femininas no Brasil. Elas surgiram nos anos 20 e com o passar dos anos foram se "modernizando". Nos anos 40, já havia diminuído o espaço dedicado a literatura e aumentado o espaço das fotografias, que nessa época eram de artistas de filmes norte-americanos. Também começou por essa data, os testes de personalidade, aquele que diz você é atrevida na cama se marcar mais a letra b. E, também, nesse momento, falo até pelo menos, os anos 50, não havia mundo fora do lar, o mundo era o seu mundo. Tão existencialista, tão comercial de tv, tão atual que chega a doer. Assim, consumir os produtos certos da "cozinha" ou "maquiagem" porque não havia muito o que escolher ia fazer com que a mulher fisgasse o partidão ou mantesse o marido interessado nela. Por que não mudou?!! Ou mudou? Então, por que não mudou para toda a gente? Regrediu? Juro que tudo que vejo é um bando de mulheres querendo fisgar homens, querendo ser predendadas como se fossem carregar um troféu. Detalhe: maquiagem agora não resolve, com a exposição dos corpos, não pode ter celulite nem estria também e não vale só saber cozinhar para ser "prenda" tem que ter um mestrado ou uma pós. Isso será porque no fundo tudo que nós queremos é casar? Isso é metafísico e vai além? vivemos para ficar paradinhas sendo admiradas, esperando o dia em que alguém passe na "loja" e leve a gente para a casa?..... ahahahha e depois de posse da gente, vai ficar por quanto tempo até colocar na estante... ou vá parar na mão de outro e aí o objeto adquire um novo significado nas mãos de outro possuidor, mas, ele - objeto - tem sua própria história (que nem diz uma amiga minha antropóloga). Já que o mundo dessas revistas era o mundo do consumo que é um mundo onde aparência é igual a essência, adicionei esse anúncio da Maizena de 1941, porque olha só, como as coisas mudam quando muda a aparência, o que não contaram para a pobrezinha é que aparência todo mundo têm.... (ou quase) mas deixa ela, o anúncio não é mesmo para fazer ninguém ver o que antes não via, é, ao contrário, para fazer enxergar o que de fato não existe.

sábado, 25 de julho de 2009

O Passeio


Não dá para ter idéia vendo daí como é bonito. Nessa exposição de peças do Museu de São Petersburgo que o CCBB trouxe tem Kandisky, Chagall e Malevich. Quem não fica mais leve quando passeia com o amado? Pintar a metáfora disse o curador sobre Chagall

O endereço http

Mulher: objeto de cama e mesa é o nome de um livro de Heloneida Studart publicado no início da década de 1970. Nesse livro, ela está chocada com o que o mundo tem feito das mulheres. Eu também fiquei chocada, quarenta anos depois e alguém acha diferença?



"Em 1970, voltei ao jornalismo, indo ser redatora de uma revista feminina. Em minha mesa, estava a pauta dos assuntos a serem editados:



como prender um homem para toda a vida;

a melhor maneira de aproveitar os vestidos do ano passado,

além do teste:

Você se considera bonita?



Enquanto isso, os norte-americanos estavam remetendo outro Apolo à Lua; os soviéticos enviavam uma sonda a Marte; dois cientistas italianos pesquisavam a possibilidade de criar bebês em provetas; o tevecassete modificava o papel da televisão nas sociedades de consumo. Sobre tudo isso, nem uma palavra na revista feminina. O tema proposto às mulheres era o de sempre:



como prender o marido para toda a vida


e quais as 10 melhores maneiras de conquistar um homem




Quem pode censurá-las se elas parecem retardadas mentais?" (Heloneida Studart)